Ativista Dago Nivel que
gritou ´´ este julgamento é uma palhaçada" no tribunal de Luanda já
libertado
Francisco Mampanda Gomes
também conhecido por Dago Nível, um dos activistas presos desde março ultimo,
foi libertado esta segunda-feira 21 de Novembro, em Luanda, segundo informou à
A Observangolanews
O activista angolano foi condenado a 28 de Março de 2016, a oito meses de prisão por provocar "desordem no tribunal" de acordo com o juiz Januário Domingos José.
O magistrado tomou a decisão depois de Dago Nível ter dito em alto e bom som no tribunal que o julgamento dos activistas era uma palhaçada, na sequência da sentença contra os 17 activistas condenados pelos crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores.
O jovem
angolano que cumpria pena de prisão desde março, por ter gritado no tribunal de
Luanda que o mediático julgamento de outros 17 activistas era uma
"palhaçada", foi libertado, após oito meses de cadeia, afirma que os
momentos foram difíceis mas adianta que continuara a lutar pelas causas justas
"Se
fosse hoje voltaria a gritar alto e bom som. E até acrescentaria outras coisas.
Porque aquilo não era motivo para eu ser preso, foi um momento de liberdade de
expressão, a luta continua em defesa dos meus ideias ", afirmou Francisco
Gomes `Dago Nível Intelecto`, nas sua primeiras declarações à Imprensa, em
Luanda, poucas horas depois de ter recebido a ordem de soltura por cumprimento
total da pena de prisão e sem ter beneficiado de liberdade condicional.
O jovem
ativista foi condenado em processo sumário a 28 de março último, minutos depois
de conhecida a sentença aplicada então aos 17 ativistas, por ter gritado na
sala de audiências que aquele ´´ julgamento era uma palhaçada" e que os
"palhaços estão bem identificados", criticando a forma como
nomeadamente o juiz da causa, Januário Domingos, conduziu o processo, conforme
a AFP constatou na ocasião da leitura da sentença
Considerado
pela Amnistia Internacional como um "prisioneiro de consciência", a
sua saída da prisão de Caquila, arredores de Luanda, posto em liberdade, pelas
17h desta terça feira 21, mas o ativista afirma que a ordem de soltura tinha já
data de 29 de outubro.
"Foram
meses aterrorizadores, pela solidão e ansiedade. Sentia-me só porque os meus
colegas [grupo dos 17 ativistas condenados] depois saíram da cadeia e eu fiquei
até agora", disse
Em
março, na última sessão do julgamento, o Ministério Público deixou cair a
acusação de actos preparatórios para um atentado ao Presidente e outros
governantes, apresentando uma nova, de associação de malfeitores, sobre a qual
os ativistas não chegaram a apresentar defesa, um dos argumentos dos recursos
da defesa.
Os 17
ativistas, contestatários da governação em Angola, começaram no próprio dia da
condenação a cumprir pena por atos preparatórios para uma rebelião e associação
de malfeitores, mas foram libertados a 29 de junho por decisão do Tribunal
Supremo, que deu provimento ao `habeas corpus` apresentado pela defesa, pedindo
que aguardassem em liberdade o resultado dos recursos da sentença da primeira
instância.
Acabaram
por ser abrangidos por uma amnistia geral aprovada no parlamento em julho
último, mas alguns destes já manifestaram a intenção de a recusar, algo que não
está previsto legalmente, segundo os advogados.
Por: Jonas Pensador
Luanda 21/11/2016 19h45
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